quinta-feira, 11 de março de 2010

Quando à noite desfolho e trinco as rosas



É como se prendesse entre os meus dentes
todo o luar das noites transparentes,
todo o fulgor das tardes luminosas,
o vento bailador das primaveras,
a doçura amarga dos poentes,
e a exaltação de todas as esperas.
Quando à noite desfolho e trinco as rosas,
és tu a primavera que eu esperava,
a vida multiplicada e brilhante
em que é pleno e perfeito cada instante.

poema: Sophia de Mello Breyner Andresen
fotografia: Lúcia Letra

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