terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Passeámos a noite inteira entre sândalos



Passeámos a noite inteira entre sândalos disseste-me
que eram sândalos e eu acreditei toda a noite
que passeámos entre sândalos naquela noite de março
na noite em que passeámos sem nos olharmos
num bosque de sândalos num mar de sargaços
disse-te eu imerso na noite em que não acreditava
quando acordaste e eu acordei a teu lado
sem noite sem sândalos sem mar em que acreditar
apenas a justa medida de um olhar no lado sombrio
do teu corpo desperto que sonhou no tom adequado
sobre um chão de terra virgem acabado de semear.

poema: Carlos Alberto Machado
fotografia: Jorge Garcia

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