quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A mecânica do coração I



Vem, minha árvore florida. Esta noite quando apagarmos a luz, vou pôr-te os óculos nos rebentos. Com a ponta dos meus ramos chegarás à abóbada celeste e sacudirás o tronco invisível que sustém a lua, fazendo cair sonhos novos a nossos pés como flocos de neve tépida. Plantarás solidamente na terra as tuas raízes em forma de saltos de agulha. Deixa-me chegar ao teu coração de bambu, quero dormir a teu lado.

texto [excerto]: Mathias Malzieu

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