terça-feira, 3 de novembro de 2009

Para ler, repetindo os movimentos



Quando, para receberes alguém, abres os braços, a referida distância aumenta e a mão, em cada ponta, assinala um certo modo com que o teu corpo se dispersa. Quando o abraço se concretiza e nas costas do outro as mãos finalmente se reencontram, formalizam um símbolo ao mesmo desolador e esperançoso: é que só nas costas do outro as tuas duas partes se unem com uma energia digna de admiração. Experimenta, sem outro corpo no meio, unir com força, com violência até, as tuas mãos, e verás o ridículo, perceberás a diferença de intensidade.

texto [excerto]: Gonçalo M. Tavares
fotografia: Lylia Corneli

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