segunda-feira, 26 de outubro de 2009

poema das coisas aladas no coração da minha irmã flor


as coisas aladas ensinam o chão. explicam-lhe quanto há entre terra e céu, o

caminho livre do voo, a vista elevada de deus. eu vejo anjos e os anjos são,

das coisas aladas os sonhos mais completos. erguem-se braçados de asas a

educar o vento, percursos de sopro que se abrem nas dimensões, e luzem nas

nossas cabeças como homens enfim pássaros. como se as árvores pudessem

ser casas nossas e nada nos acordasse na força do frio ou da chuva. como se

nos cumprimentássemos em pleno ar, seres tão leves atarefados com mais

nada. seríamos só pulmões cheios, máquinas de pairar, alegres imprecisões

ao alto


poema: valter hugo mãe

fotografia: Eugenio Eugenio

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