terça-feira, 27 de outubro de 2009

As Frágeis Hastes



Não voltarei à fonte dos teus flancos
ao fogo espesso do verão
a escorrer infatigável

dos espelhos, não voltarei.


Não voltarei ao leito breve

onde quebrámos uma a uma
todas as frágeis
hastes do amor.


Eis o outono: cresce a prumo.
Anoitecidas águas
em febre em fúria em fogo
arrastam-me para o fundo.

poema: Eugénio de Andrade
fotografia: grENDel

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